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ESTUDO DE ERVAS MEDICINAIS AFRICANAS
03/03/2005 - www.hiv.org.br
Mostra que inibem o metabolismo de drogas anti-hiv
Duas plantas medicinais muito usadas no tratamento alternativo de pessoas com HIV/AIDS na África apresentam interações farmacológicas significativas com os medicamentos anti-retrovirais, prejudicando o metabolismo dessas drogas. Em um estudo conduzido por pesquisadores norte-americanos, examinou-se os efeitos da "Batata Africana" (Hypois hemerocallidea) e da "Sutherlandia" no metabolismo de drogas anti-retrovirais. Cáspulas, tabeletes e infusões de ambas as ervas foram testadas com relação a sua capacidade de inibir o sistema microssomal (CYP3A4) e a capacidade de interferir com a glicoproteína P e PXR, os quais metabolisam também inibidores da protease (IP) e não análogos de nucleosídeo (ITRNN). A Batata Africana e a Sutherlandia mostram uma signficativa capacidade inibitória a ação do CYP 3A4 e uma ativação expressiva expressão do PXR e da glicoproteína P. Segundo os Autores, esse estudo mostra que a co-admistração dessas ervas com IP e ITRNN resulta inicialmente em uma inibição do metabolismo desses medicamentos , seguido de uma redução da exposição às drogas com o uso mais prolongado das ervas. Segundo esse estudo recentemente publicado no periódico médico AIDS, muito cuidado deve ser tomado ao se utilizar ervas medicinais juntamente com drogas anti-retrovirais e estudos farmacocinéticos devem ser realizados para se avaliar potenciais interações medicamentosas e o consequente risco de falha terapêutica, resistência viral e toxicidade ao tratamento.
Por: Marco Vitoria