Notícias

CREME VAGINAL CONTRA HIV E HERPES

26/02/2005 - EFE

será testado em 3.200 mulheres

Mais de 3.200 mulheres de diferentes
partes do mundo participam desde esta sexta-feira de um teste para
confirmar a eficácia de dois cremes de aplicação vaginal que inibem
a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e da herpes.
O Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA,
que patrocina o teste, informou que as primeiras voluntárias
registraram-se esta semana em Durban, África do Sul, e na
Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia.
"Em breve começará o registro de participantes de quatro lugares
adicionais na África -Malawi, Tanzânia, Zimbábue e Zâmbia- até
termos as 3.220 mulheres que participarão do teste que se espera que
dure 30 meses", assinalou o instituto.
"Este é o primeiro teste sobre a segurança e a eficácia de
agentes microbicidas desta magnitude", disse Roberta Black, do
citado Instituto Nacional.
"É um teste crucial para a avaliação de dois microbicidas tópicos
com mecanismos de ação diferentes", acrescentou.
Os pesquisadores da Escola de Medicina Mount Sinai (Nova York)
demonstraram que um creme aplicado à vagina proporciona proteção
tanto contra a infecção pelo vírus de imunodeficiência humana (HIV),
como pelo vírus Herpes simplex.
"Existe uma necessidade urgente de desenvolver microbicidas
vaginais seguros e eficazes", disse Marla Keller, professora de
medicina do Mount Sinai que apresentou os resultados da pesquisa
hoje em Boston, onde ocorre a 12ª Conferência sobre Retrovirus e
Infecções Oportunistas.
De acordo com o relatório das Nações Unidas sobre a epidemia
mundial da síndrome da imunodeficiência adquirida (aids), em 2004
havia cerca de 40 milhões de pessoas no mundo infectadas com o HIV,
e quase a metade dos infectados é mulher.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou que a relação sexual
sem proteção é a principal modalidade de transmissão de HIV entre as
mulheres que não usam drogas intravenosas, e que o herpes genital
desempenha um papel importante na propagação do HIV.
Em muitos países em desenvolvimento e entre os setores de menores
renda e educação dos países desenvolvidos, as mulheres estão mais
expostas a esse tipo de contágio porque não contam com meios para se
proteger e porque os homens se recusam a usar preservativos.
Um dos cremes tem o nome de PRÓ 2000 e é produzido pela firma
Indevus Pharmaceuticals, de Lexington, Massachusetts, enquanto o
outro, chamado BufferGel, é um produto da ReProtect de Baltimore, em
Maryland.
Os testes de laboratório mostraram que o PRÓ 2000 tem eficácia
antiviral na vagina, tanto contra o HIV como contra outras doenças
venéreas.
O BufferGel aumenta a acidez natural da vagina na presença do
fluido seminal e isso neutraliza o ambiente vaginal em um grau que
desativa o HIV e outros agentes patógenos