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HIV RESISTENTE A DROGAS

14/02/2005 - UOL SAÚDE

Variação resistente do vírus da Aids é identificada nos EUA

Caso de HIV resistente a drogas alarma médicos
Para especialista em pesquisa sobre Aids, o fenômeno é assustador

Uma rara variante do HIV, altamente resistente a quase todas as drogas anti-retrovirais e que provoca o rápido aparecimento da Aids, foi detectada em um nova-iorquino na semana passada, anunciaram autoridades da saúde, nesta sexta-feira (11/02).
Foi a primeira vez que se encontrou uma variante do HIV com alta resistência a múltiplas drogas e que leva ao início da síndrome da Aids tão rapidamente, disseram as autoridades. Apesar da extensão da disseminação da doença ser desconhecida, as autoridades reuniram a imprensa para dizer que a situação era alarmante.
"Consideramos este um problema potencial importante", disse Thomas R. Frieden, comissário do Departamento de Saúde e Higiene Mental da Cidade de Nova York. O departamento emitiu um alerta a todos os hospitais e médicos na cidade, para que examinassem os casos recém-detectados de HIV em busca de sinais da rara variante.
O vírus foi encontrado em um homem nova-iorquino de 40 e poucos anos, que fez sexo anal sem proteção com outros homens em várias ocasiões, sob o efeito da metanfetamina cristal. Por evitar inibições e ter efeito estimulante, há muito a droga é responsabilizada pelas autoridades por maratonas de sexo que aumentaram a disseminação do HIV.
Acredita-se que o paciente, que não foi identificado pelas autoridades para proteger sua privacidade, praticou sexo desprotegido com centenas de parceiros, de acordo com uma pessoa que conhece o caso e insistiu no anonimato para preservar as investigações.
"Esse caso serve de alerta", disse Frieden. "Primeiro, é uma advertência para os homens que fazem sexo com homens, particularmente os que usam a metanfetamina cristal."
A variante viral apresentou resistência a três de quatro classes de drogas usadas para tratar as pessoas a partir de sua infecção pelo HIV. A resistência à droga é associada ao rápido desenvolvimento da Aids. Esses dois aspectos já foram observados antes, mas não juntos.
David Ho, diretor do Centro de Pesquisa de Aids Aaron Diamond, responsável pelos testes que identificaram a rara variante, descreveu a convergência dos dois problemas como um "fenômeno assustador".
Mas nem todos concordam. Robert C. Gallo, co-descobridor do vírus do HIV e diretor do Instituto de Virologia Humana da Universidade de Maryland, foi céptico em relação ao anúncio de sexta-feira.
"Tenho a impressão de que é muita tempestade em um copo de água", disse.
The New York Times
Tradução: Deborah Weinberg


Variação resistente do vírus da Aids é identificada nos EUA

Uma variação rara do vírus da Aids --extremamente contagiosa e resistente às drogas existentes contra o HIV-- foi identificada em um paciente de Nova York (EUA). A descoberta fez com que autoridades sanitárias intensificassem as advertências para que a comunidade homossexual pratique sexo seguro.
O Departamento de Saúde da cidade informou que a nova cepa, conhecida como 3-DCR VIH, não responde a três tipos de medicamentos anti-retrovirais e também apresenta um intervalo menor entre a infecção por HIV e o desenvolvimento da doença.
primeiro caso foi diagnosticado na semana passada em um homem com pouco menos de 50 anos, que disse ter feito sexo anal sem proteção com muitos homens. Ele também teria usado com freqüência a droga metanfetamina em cristais.
"Precisamos ficar atentos", disse o chefe do serviço de saúde, Thomas Frieden. O especialista afirma que os homens que tenham praticado sexo sem segurança com outros homens --particularmente os que usaram metanfetamina em cristais-- devem ficar alertas.
A identificação da nova cepa de HIV ocorreu logo depois do diagnóstico, também em Nova York, de dois homens com um tipo raro da doença sexualmente transmissível clamídia. Segundo Frieden, os dois casos devem servir de alerta para a comunidade gay.
"Esse grupo reduziu com sucesso o risco de HIV na década de 80 e terá de fazê-lo novamente para conter a devastação causada pela Aids e a disseminação de cepas resistentes a medicamentos", advertiu.
France Presse


HIV raro e resistente: infectologista acredita que trata-se de um caso isolado; ativista teme a proliferação

O Departamento de Saúde da cidade de Nova York informou que uma nova cepa do HIV, conhecida como 3-DCR, foi encontrada num paciente com cerca de 40 anos de idade, que fez sexo anal sem proteção com outros homens em diferentes ocasiões, depois de ter usado metanfetamina cristal. Autoridades da saúde afirmam que a substância é responsável por um efeito estimulante e desinibidor, o que provoca uma aumenta no número de relações sexuais entre as pessoas que a utilizam.
Médico infectologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e especialista em Aids, Esper Kallás afirma que este é um caso específico, que apesar de ser um perigo “teórico”, não pode ser analisado com um risco de saúde pública. “Já notificamos outros vírus resistentes ao coquetel. No entanto, ainda é cedo para dizer que estes vírus vão prevalecer”, explica.
O presidente do Grupo de Apoio e Prevenção à Aids (GAPA) de São Paulo e membro do comitê de vacinas do Fórum de ONG/AIDS do Estado, José Carlos Veloso, disse que este tipo de vírus já era previsível. “Já era muito comentado que um HIV mais resistente surgiria em pouco tempo”, afirma.
Para o ativista, esta descoberta ressalta a importância da prevenção integral, pois estes vírus mais resistentes podem atingir muitas outras pessoas. “Temos que apostar em uma vacina, seja ela preventiva ou terapêutica”, acrescenta.
Agência Aids