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SIFILIS E AIDS

18/05/2004 - Agência Aids

O desafio de eliminar a transmissão da mãe para o bebê

Entre os anos de 2000 e 2003, 5 mil crianças brasileiras nasceram com sífilis congênita – transmitida da mãe para o filho. Porém, as estimativas do Ministério da Saúde são de que 18 mil crianças teriam vindo ao mundo com esta doença. No mesmo período, 4.386 bebês nasceram com o HIV. Esses dados foram apresentados por Roberto Brant, diretor adjunto do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, durante o I Congresso Brasileiro de Prevenção da Transmissão Vertical do HIV e Outras DST, que acontece em João Pessoa, PB, até o dia 19 de maio.
Para tentar diminuir esses altos índices, o Ministério da Saúde, em parceria com o Programa Nacional, Programas Estaduais e Municipais de DST/Aids, lançou o Projeto Nascer – Maternidades: redução da Transmissão Vertical, em 2000. Para os casos de HIV as metas do Projeto são: redução para 3% do índice de bebês infectados, aumentar a oferta de testes rápidos para as mulheres na hora do parto, avaliação e acompanhamento da mulher e do recém nascido por profissionais capacitados, inclusão do AZT oral, sempre que possível, a partir de 14ª semana de gestação, uso de AZT xarope por 42 dias pelo bebê, susbtituição do aleitamento materno pelo uso da fórmula láctea e notificação de todos os casos.
No caso da Sífilis, o Projeto quer eliminar a sífilis congênita do cenário nacional. Para Eduardo Campos de Oliveira, um dos coordenadores do Projeto Nascer, as principais dificuldades para a erradicação da sífilis são: “a não realização de dois exames para detectar a doença. O fato de muitos profissionais não pedirem o exame, e quando fazem, não analisam o resultado, e a dificuldade desses profissionais em apresentar o diagnóstico para a gestante. Outro problema é que 75% dos parceiros das mulheres com a doença não tomam o remédio. Para eliminar a sífilis é necessário que tanto a mãe, quanto parceiro tomem o medicamento”.
Atualmente, 584 maternidades estão inscritas no Projeto Nascer em todos os estados brasileiros. As metas estabelecidas para o período de 2004 a 2007 são: garantir o teste de HIV para 100% das gestantes, oferecer a profilaxia para todas as parturientes HIV positivas, tratar todas as crianças com sífilis, ampliar a rede de assistência especializada e adequação das redes de referência para o diagnóstico laboratorial do HIV e da sífilis.
Segundo Roberto Brant, a União já destinou R$18 milhões para o Projeto Nascer. Os recursos são repassados aos estados e municípios, para aquisição de testes rápidos que são feitos na hora do parto, em mulheres que não fizeram os dois exames no pré-natal e a compra da forma láctea, para substituir o leite materno, entre outros insumos.