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A INDUSTRIA PORNÔ E A CAMISINHA

04/05/2004 - Jornal de Brasília

Cadê a camisinha?

Atores pornô de filmes brasileiros nem sempre usam preservativo. Alexandre Frota, que aderiu ao gênero, admite que dispensa a proteção.
Os diretores de cinema pornográfico dos Estados Unidos chegam ao Brasil repletos de dólares atraídos pelas exóticas paisagens e os baixos custos de produção, um fenômeno que converteu o maior país sulamericano em um dos destinos prediletos para rodar filmes para adultos.
No entanto, o caso de um astro americano do cinema pornô infectado com HIV, depois de filmar com mais de uma dúzia de mulheres sem usar preservativos, chamou a atenção da indústria na Califórnia e suscitou críticas dos atores brasileiros a seus colegas nos Estados Unidos.
A indústria americana de cinema adulto garante exames médicos para prevenir a propagação do HIV. Mas essas provas são deixadas de lado no Brasil devido aos custos e à pouca confiabilidade. A indústria do cinema pornô brasileiro dependeu por anos do uso de camisinhas.
Darren James, o ator americano que contraiu o vírus, aparentemente no Brasil, e que contaminou pelo menos uma atriz ao regressar aos Estados Unidos, "assumiu um risco que muitos atores brasileiros não assumem", disse Evaldo Shiroma, que encabeça a Associação da Indústria Erótica do Brasil.
Como muitos outros países, o Brasil não exige o exame anti-HIV aos atores de películas pornô e os atores americanos que trabalham aqui quase sempre regressam a seu país para filmar mais fitas, aumentando o risco de propagar o vírus.
James tinha trabalhado com 13 atrizes em seu regresso aos Estados Unidos quando uma prova de sangue mostrou que o ator era soropositivo. O exame de uma de suas colegas de trabalho, Lara Roxx, também deu positivo.
Desde então, mais de 50 pessoas que trabalharam com James e Roxx foram dispensadas pela indústria. Perto de 30 companhias suspenderam suas produções, paralisando um negócio com sede no Vale de San Fernando, na California, que gera cerca de US$ 4.400 milhões anualmente.