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HIV E DROGAS RESISTENTES
12/02/2010 - Folha de S. Paulo
Brasileiros alertam para variedades de HIV resistentes
Uma pesquisa realizada em seis cidades brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, BrasÃlia, Belém, Salvador e Porto Alegre) por um grupo de cientistas de várias instituições traz um alerta: nas quatro primeiras cidades, existe risco de transmissão de variedades de HIV resistentes a drogas antirretrovirais.
Por outro lado, afirma o grupo, a quantidade de vÃrus resistentes no Brasil, em média, é aceitável e parecida com a encontrada em outros paÃses.
Em números, de 210 indivÃduos recém-infectados com HIV no Brasil, 17 (8,1%) carregavam variedades de HIV já resistentes a pelo menos uma droga antirretroviral, classe de medicamento utilizado no tratamento da Aids.
Segundo Maria CecÃlia Sucupira, bióloga da Universidade Federal de São Paulo e uma das autoras do estudo, a resistência surge devido à má utilização dos remédios.
"A quantidade de medicamento que circula no organismo é suficiente para fazer com que não aconteça a replicação do vÃrus", diz ela.
"Mas, se hoje você toma no horário certo e amanhã você esquece, o nÃvel de medicamento no sangue diminui e, como o HIV é um vÃrus muito mutante, você dá chance para que mutações resistentes comecem a se multiplicar", completa.
Mais de 200 mil pessoas tomam antirretrovirais no paÃs.
Resistência prévia
Como os indivÃduos que participaram do estudo tinham contraÃdo a doença recentemente, eles ainda não tinham iniciado o uso de medicamentos. O vÃrus não tinha, portanto, adquirido resistência nos seus organismos. O HIV já chegou resistente a eles.
O trabalho envolveu cientistas do Ministério da Saúde e de várias universidades e institutos de pesquisa pelo paÃs e foi publicado no final de 2009 no periódico "Journal of the International Aids Society".