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JOVENS CHINESES E A AIDS

10/05/2007 - EFE

Só 1,12% dos adolescentes rurais na China sabe o que é a aids

Só 1,12% dos adolescentes nas áreas rurais da China tem um conhecimento básico do que é a Aids, uma percentagem que sobe para 4,56% entre as mães, segundo James Murray, diretor para a China da ONG Plan.
"E o Governo chinês iniciou uma forte campanha de informação sobre a aids há três anos", lembrou Murray, numa entrevista à imprensa estrangeira em Pequim.
"O Governo não está destinando dinheiro suficiente para um sistema de educação sanitária", acrescentou.
Com sede no Reino Unido, a ONG ajuda a melhorar a saúde de crianças em 49 países em vias de desenvolvimento da Ásia, África e América Latina, graças às doações de 18 países ricos.
O desconhecimento da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (aids) e de outras doenças sexualmente transmissíveis é uma bomba-relógio nas zonas rurais da China, onde são registrados 80% dos casos de doenças infecciosas do país.
A situação na área coberta pela Plan (400 localidades da província de Shaanxi) pode ser estendida ao resto das zonas rurais da China. O país oficialmente tem 640 mil portadores do vírus HIV.
Mas as ONGs que atuam seu território dizem que o número real pode ser de mais de 6 milhões.
A situação sanitária no campo é grave. A maioria dos camponeses não vai ao médico devido aos altos preços. Uma hospitalização custa 400 iuanes (US$ 52). A renda anual dos camponeses costuma ser de US$ 350. Por isso, é praticamente impossível saber o número real de infectados pelo HIV, ou por doenças como a gripe aviária. Muitos doentes morrem em casa.
Até agora 70% do investimento do Governo central na área de saúde se destinaram às cidades e o resto à zona rural.
Pequim reagiu com o anúncio de um investimento de US$ 1,12 bilhão para melhorar a assistência sanitária nas vastas zonas rurais do centro e oeste, onde vivem 70% da população.
"Estamos tentando criar um espaço para aplicar políticas de prevenção, educação e comunicação", explicou Murray.
A enquete da ONG mostrou ainda que só 1,76% das famílias adota práticas higiênicas básicas, como escovar os dentes. Os pais não estão conscientes da importância de vacinar seus filhos e as crianças nascem em casa para escapar da política de controle demográfico.
Só 2,21% têm acesso à água potável e a maioria dos camponeses não sabe em que consiste uma alimentação equilibrada.