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INICIATIVA PARA BARATEAR REMÉDIOS

08/05/2007 - EFE

Clinton anuncia acordo para baratear combate à Aids


Feito foi possível graças a ação de iniciativa com participação brasileira.

Ex-presidente também anunciou pílula que substitui Efavirenz e outros dois remédios.

O ex-presidente americano Bill Clinton anunciou nesta terça-feira (8) acordos com empresas farmacêuticas que permitirão que 66 países em desenvolvimento contem com 16 tipos de remédios contra a Aids a preços baixos.

"Cerca de sete milhões de pessoas no mundo em desenvolvimento precisam de tratamento para o HIV/Aids e nós estamos tentando suprir estas necessidades com os melhores remédios disponíveis a um preço acessível", declarou Clinton em um ato em Nova York.

A Fundação Clinton chegou a acordos com empresas farmacêuticas graças à colaboração do Fundo Internacional para a Compra de Remédios (Unitaid) - uma iniciativa lançada por Brasil, França, Chile, Noruega e Reino Unido que conseguiu US$ 100 milhões para a compra de remédios de segunda geração em 27 países até 2008.

Um dos acordos anunciados corresponde aos laboratórios Cipla e Matrix, que se comprometeram a diminuir o preço dos anti-retrovirais de segunda geração em 50% nos países de baixa renda e em 25% nos de renda média.

Este tipo de remédio é para as pessoas com aids que desenvolveram resistência aos tratamentos normais e custam dez vezes mais que os de primeira geração. Calcula-se que cerca de 500 mil pacientes precisarão deste tratamento em 2010.

Além disso, Bill Clinton anunciou o lançamento da "pílula única" com preço baixo em vários países em desenvolvimento. A "pílula única" é um novo e avançado remédio de primeira geração contra a Aids e substitui os medicamentos tenofovir, lamivudine e efavirenz.

Um medicamento equivalente à "pílula única" foi lançado nos Estados Unidos em julho de 2006 e se destaca pela comodidade, pelos bons resultados e pelos poucos efeitos colaterais.

O preço do tratamento será de US$ 339 por paciente ao ano, 45% e 67% abaixo do que é encontrado hoje nos países de baixa e média renda, respectivamente.

O ministro de Assuntos Exteriores francês, Philippe Douste-Blazy, que preside o conselho do Unitaid, expressou sua satisfação com a iniciativa, já que "toda pessoa que convive com o vírus HIV merece ter acesso aos remédios mais eficazes".

O Unitaid foi lançado em setembro para facilitar o acesso dos países pobres a tratamentos baratos contra a aids, a malária e a tuberculose.

O fundo funciona como uma "central mundial" de compra de remédios. Quando um país em desenvolvimento compra grandes quantidades de medicamentos negocia a diminuição dos preços com as farmacêuticas e facilita o acesso dos mesmos aos países em desenvolvimento.

Além de contar com o apoio da Fundação Clinton e a contribuição de países e organizações, o fundo também será financiado, em parte, pela proposta da França - e seguida por 17 países - de estabelecer uma taxa de US$ 1 nas passagens de vôos internacionais.