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CIRCUNCISÃO E AIDS

16/01/2007 - EFE

Governo dos EUA recomenda circuncisão no combate à Aids

O governo dos Estados Unidos afirmou nesta quarta-feira (13) que a circuncisão de homens adultos pode reduzir em cerca de 50% o risco de contrair o vírus HIV, que causa a Aids.
"A circuncisão masculina pode reduzir o risco individual de infecção e a propagação do HIV em toda a comunidade", disse o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA, Anthony Fauci.
A entidade faz parte dos Institutos Nacionais da Saúde, subordinados ao governo norte-americano. A decisão foi anunciada após a análise de dois estudos realizados na África sobre a relação entre a circuncisão e a doença.
A conexão tinha sido apontada no fim da década de 1980. Exames clínicos em 3 mil homens na África do Sul determinaram que a circuncisão prevenia os efeitos do HIV em 60%.
Fauci alertou em comunicado, contudo, que a circuncisão não é uma proteção infalível. Os homens, mesmo circuncidados, devem continuar a usar camisinha nas suas relações sexuais.
Fauci explicou que as células do prepúcio do pênis, eliminadas na circuncisão, são especialmente sensíveis à invasão do vírus. Além disso, a pele é muito mais frágil que a área ao seu redor, o que facilita a penetração do vírus no sistema.
Nos estudos, os cientistas dos Institutos Nacionais da Saúde estudaram os casos de 2.784 voluntários em Kisumu, no Quênia, que não estavam infectados com o vírus, e os de 4.966 na mesma situação em Rakai, em Uganda.
Depois de dois anos, os pesquisadores determinaram que 22 homens circuncidados no Quênia tinham contraído o vírus para cada 47 não circuncidados -- uma diferença de 53%. Em Uganda, os infectados com circuncisão foram 22 contra 43 sem circuncisão -- uma redução de 48%.