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EXAMES PERDIDOS

18/09/2006 - Agência Folha

Conselho pede investigação sobre perda de amostras do Adolfo Lutz

O Conselho Municipal de Saúde de São José do Rio Preto (440 km a noroeste de São Paulo) protocolou nesta segunda-feira uma representação no Ministério Público Estadual para que o órgão investigue o Instituto Adolfo Lutz, do governo do Estado.
Segundo o presidente do conselho, Júlio César Caetano, a entrega de cerca de 600 exames, entre eles de carga viral e CD4 de portadores de HIV, está atrasada há 60 dias. Esses exames são de suma importância para que o tratamento seja eficaz.
O requerimento pede também a investigação das causas da inutilização de mais de 1.700 amostras de sangue de pessoas suspeitas de terem contraído dengue no município que estavam guardadas em um refrigerador no instituto da cidade.
"Exames que demorariam entre dez e 15 dias para ser entregues estão demorando dois meses. São cerca de 600 exames. Há casos de pessoas que colheram o sangue no início de agosto e até agora não receberam os exames", disse Caetano.
A coordenação do programa DST/Aids em São José do Rio Preto classificou a situação de preocupante. "Há um atraso. Exames de carga viral entregues com cerca de 45 dias de atraso podem não corresponder à situação clínica do paciente", disse a coordenadora municipal do programa DST/ Aids, Denise Gandolfi.
Hoje, cerca de 50 manifestantes realizaram um protesto contra a direção do instituto. Portando faixas contra a instituição, apitos e usando nariz de palhaço, os manifestantes percorreram ruas do centro e foram até a sede do laboratório.
A Secretaria da Saúde de São Paulo, por meio de sua assessoria de imprensa, negou que haja atraso na realização dos exames. Segundo o órgão, o prazo em torno de 15 dias para a divulgação dos resultados vem sendo cumprido.
Em relação à inutilização das 1.767 amostras que seriam submetidas à sorologia para dengue, a secretaria informou que o material se estragou por conta de um problema de energia elétrica que causou a queima do refrigerador onde estavam colocadas.
O órgão disse ainda que está à disposição do Ministério Público Estadual para prestar os esclarecimentos sobre o caso.