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SEXO SEGURO

13/12/2005 - Folha de São Paulo

Pesquisa de comportamento sexual

Sexo Seguro

Sexo entre jovens não é necessariamente sinônimo de irresponsabilidade. A
pesquisa "Comportamento Sexual e Percepções da População Brasileira sobre
HIV e Aids", realizada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento
(Cebrap) a pedido do Ministério da Saúde, revela que, embora tenha crescido
o número de jovens de 16 a 19 anos sexualmente ativos, aumentou também o uso
de preservativos.
Em 1998, o percentual de homens entre 16 e 19 anos que relataram ter
atividade sexual nos 12 meses anteriores à pesquisa era de 56,5%. Em 2005,
passou para 78,4%. Para as meninas, os números são 41,6% e 68,5%,
respectivamente. Já o total de jovens (ambos os sexos) que afirmaram ter
utilizado preservativo na primeira relação saltou de 47,8% em 1998 para
65,8% neste ano.
Pesquisas desse gênero sempre correm o risco de refletir mais o que as
pessoas julgam que deveriam dizer sobre o sexo do que suas práticas reais.
Mas esse, felizmente, não parece ser o caso, pelo menos no que diz respeito
ao uso de preservativos. Os dados apresentados são compatíveis com a queda
nos casos de aids verificada entre jovens, principalmente os do sexo
masculino.
A faixa mais vulnerável continua sendo a população pouco escolarizada, isto
é, os mais pobres. Enquanto o índice dos que dizem sempre usar preservativos
é de 45,5% entre os que têm segundo grau completo, ele cai para 26,6% quando
o jovem é considerado analfabeto funcional. Também preocupa a negligência
das mulheres ao exigir o uso de preservativo. Muitas delas se justificam
afirmando confiar no parceiro.
Os resultados da pesquisa são bastante sugestivos de que as campanhas de
prevenção estão funcionando e devem não apenas ser mantidas como
aprimoradas. É preciso agora encontrar formas de atingir os jovens de pouca
escolaridade e as mulheres. É principalmente no "front" da prevenção que se
conquistarão os grandes avanços em relação à aids.