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COMPARAÃÃO DE PREÃOS

26/07/2005 - www.hiv.org.br

Estudo da ONG Médicos Sem Fronteiras

Um estudo realizado pela organização não governamental internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF), comparou os preços de esquemas anti-retrovirais de primeira e segunda linha em alguns países em desenvolvimento de renda per capita baixa (Camarões, Quênia, Malaui, Camboja e Moçambique) e intermediária (Tailândia, Ucrânia, Honduras, Guatemala e África do Sul) e os relacionou com os custos estimados de produção. Segundo o estudo, o preço de um antiretroviral foi considerado adequado quando o seu custo estimado de produção não ultrapassou 77% . Após a análise, observou-se que o preço atualmente praticado para as combinações triplas de anti-retrovirais de primeira linha nos países pesquisados variou de U$ 200 por paciente por ano no Malaui até U$ 520 por paciente por ano na Guatemala. Entretanto, dependendo do país, os tratamentos com esquemas de segunda linha eram de 3 a 17 vezes mais caros que os esquemas de primeira linha, sendo particularmente mais elevado em países de renda intermediária. Nos países de baixa renda per capita, os preços mais baixos dos esquemas de primeira linha são apropriados aos custos de produção, enquanto que o tratamento de segunda linha é duas vezes mais caro. Já nos países de renda intermediária, os preços dos esquemas de primeira e segunda linha custam de 3 a 6 vezes mais do que o custo de produção. Segundo esse estudo, os altos preços dos anti-retrovirais não parece ser justificado pelo custo de produção dos mesmos. Os Autores sugerem ainda que as companhias farmacêuticas podem reduzir adicionalmente os preços praticados para os medicamentos de segunda linha e ainda manter uma razoável margem de lucro. Ademais, uma queda dos preços parece ocorrer mais facilmente quando existe uma competição com produtos genéricos.
Por: Marco Vitoria