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O IMPACTO DA AIDS NA ECONOMIA

11/12/2003 - BBCBRASIL.COM

Aids reduz lucros em um terço de empresas na Ãfrica do Sul

Os altos índices de Aids na África do Sul reduziram os lucros de pelo menos um terço das empresas do país.
A descoberta foi feita em pesquisa da Coalizão para HIV e Aids das Empresas da África do Sul (SABCOHA, na sigla em inglês), que levantou o impacto da doença em 1.006 empresas sul-africanas.

"HIV/Aids é sem dúvida um assunto importante para os negócios, pois tem impactos sobre custos de produção e consumo", disse Leighton McDonald, porta-voz da SABCOHA.

"Cerca de um terço das empresas pesquisadas comunicaram que HIV/Aids já teve impactos negativos sobre seus lucros, e mais da metade espera um impacto adverso sobre o lucro nos próximos cinco anos".

Experiência

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 5,3 milhões de adultos estavam infectados por HIV na África do Sul em 2002 - o maior número no mundo.

A pesquisa da SABCOHA constatou que um terço das empresas do país comunicaram queda de produtividade e aumento das faltas ao trabalho como resultado da doença.

Cerca de 30% delas disseram ter aumentado a rotatividade de sua mão de obra e o mesmo percentual reclamou de perda de experiência e capacidade.

Pelo menos 9% das companhias disseram que a epidemia de HIV/Aids teve um impacto adverso significativo em toda a atividade da empresa.

"Devido ao fato de que apenas 8% de todas as empresas pesquisadas esperam passar parte dos custos relacionados à doença para os consumidores com aumento de preços, não é de surpreender que tantos tenham falado do impacto negativo sobre os lucros", disse McDonald.

Programas

Segundo ele, preocupa a baixa resposta das empresas à epidemia.

"Apenas um quarto delas tem uma política formal para HIV/Aids, e menos de um quinto tem programas de aconselhamento voluntário e testes ou fornecem tratamento e apoio a seus funcionários infectados", disse.

Mas algumas das empresas sul-africanas - especialmente as maiores - anunciaram programas para fornecimento de remédios a seus funcionários infectados.

Entre elas, os gigantes do setor de mineração Anglo American e Goldfields, e a fábrica de cervejas South African Breweries.