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PESQUISADOR APOSTA EM TECNOLOGIA

04/10/2006 - Programa Nacional de DST

Cenário para a produção de vacinas anti-HIV é favorável

Cenário para a produção de vacinas anti-HIV é favorável para os próximos anos

Pesquisador aposta na tecnologia disponível, mas lembra que vacina não será totalmente eficaz; será um componente do tratamento

O presidente do Comitê Técnico Assessor de Vacinas Anti-HIV do Programa Nacional de DST e Aids, Alberto Duarte, disse, nesta quarta-feira (4/10), que a vacina é viável para os próximos anos. Para ele, o cenário é favorável sobretudo em virtude da alta tecnologia disponível atualmente em institutos de pesquisa de todo o mundo. “Contudo, não se espera que ela [a vacina] seja totalmente eficaz, e sim um dos componentes do tratamento contra a aids”, ressalvou.
As declarações foram dadas durante o seminário internacional “Pesquisa em vacina anti-HIV: questões éticas e regulatorias”, que acontece até esta quinta-feira (5/10), em Brasília. Em sua fala, Alberto Duarte traçou um histórico de pesquisas com vacinas anti-HIV realizadas no mundo e as perspectivas nacionais e internacionais na área. Durante o evento, comunidade científica, governo, sociedade civil e agências reguladoras vão debater os procedimentos éticos e regulatórios mais adequados para o desenvolvimento de vacinas anti-HIV.
Entre os principais problemas para a conclusão de estudos satisfatórios, estão a diversidade viral do HIV, o alto custo dos estudos e o recrutamento de voluntários. A fim de amenizar essas dificuldades, foi apontada a necessidade de treinamento de profissionais para atuar na área, o aprimoramento e a ampliação de dados epidemiológicos, o investimento nos sítios de pesquisa já existentes, o estabelecimento de repositórios dos insumos e o incentivo ao desenvolvimento de vacinas terapêuticas.
O primeiro teste de vacina preventiva de HIV foi realizado em 1987. Ao longo desses 19 anos, 35 vacinas foram examinadas. Desses estudos, participaram aproximadamente 10 mil voluntários. Em 2003, pela primeira vez, uma vacina anti-HIV foi testada em larga escala (fase III), mas não apresentou a eficácia desejada. Desde 2004, outros três imunizantes estão em fase III de pesquisa no mundo.
A programação completa do evento está disponível no site www.aids.gov.br – clique no link “Área Técnica” e, depois, em “Educação em Saúde e Eventos”. Nos dois dias do seminário, serão apresentadas experiências brasileiras e internacionais, perspectivas para o Brasil e desafios no desenvolvimento de novas tecnologias preventivas e terapêuticas.