Notícias
AIDS NA ÃFRICA
12/08/2006 - EFE
Dois terços dos portadores de HIV vivem na Ãfrica subsaariana
Desde que os primeiros casos da sÃndrome de imunodeficiência adquirida (aids) foram detectados, em 1981, a Ãfrica é o continente que mais sofre com a doença, especialmente a região subsaariana, segundo o último relatório publicado pelo Programa das Nações Unidas contra a Aids (Unaids) em maio de 2006.
Embora os dados sobre a incidência do vÃrus estejam sofrendo uma "desaceleração", segundo o relatório, as proporções epidêmicas ainda são graves na Ãfrica subsaariana. As taxas de infecção per capita de alguns paÃses da região continuam subindo.
Com pouco mais de 10% da população mundial, a Ãfrica subsaariana abriga cerca de 24,5 milhões de infectados, quase dois terços dos portadores de HIV em todo o mundo.
Cerca de três quartos das 25 milhões de pessoas que morreram em decorrência do HIV desde o inÃcio da epidemia, nos anos 80, eram do continente africano.
O relatório revela que a Ãfrica subsaariana concentra 2 milhões dos 2,8 milhões de mortes em decorrência do HIV ou de doenças relacionadas ao vÃrus. Também foram registrados no mesmo perÃodo de 2,3 a 3,1 milhões de novos casos.
A ONU alerta para a vulnerabilidade das mulheres africanas diante da doença. A maioria delas contrai o vÃrus em idade inferior à dos homens.
A média de infecções com o HIV no continente é de 36 mulheres para cada dez homens. Em 2005, das mais de 17 milhões de portadoras no mundo, mais de três quartos viviam na Ãfrica subsaariana.
O relatório demonstra que houve queda nos casos de HIV no Quênia e Zimbábue. No entanto, na Ãfrica do Sul, que enfrenta uma das maiores epidemias do vÃrus do mundo, com 5,5 milhões de pessoas infectadas no final de 2005, não houve indÃcios de diminuição.
Em outras regiões da Ãfrica meridional, embora a epidemia pareça se estabilizar, os nÃveis continuam altos, segundo a Unaids.
Em Botsuana, NamÃbia e Suazilândia, as taxas de infecção em adultos são superiores a 20% e as previsões são de que a aids cause a morte de um terço dos jovens.
A epidemia afeta o desenvolvimento econômico e demográfico da região. Estima-se que em 2012 o Produto Interno Bruto (PIB) da Ãfrica do Sul, por exemplo, seja 17% inferior caso o paÃs não enfrente a epidemia. Também está prevista uma queda na expectativa de vida para 45 anos na Ãfrica meridional entre 2005 e 2010.
Além disso, e apesar de a Ãfrica ser o "epicentro mundial da epidemia", segundo a ONU, apenas 810 mil pessoas recebem tratamento anti-retroviral na região subsaariana. Cerca de 5 milhões de portadores precisam de atendimento.
Na luta contra a aids em 2005 foram investidos US$ 8,3 bilhões e o cálculo é de que em 2006 serão destinados US$ 8,9 bilhões para combater a doença. No entanto, a ajuda está longe dos US$ 14,9 bilhões que a Unaids considera necessários. Do total, 55% teriam que ser destinados apenas para a Ãfrica, segundo o mesmo relatório.