Medicamentos Anti-HIV

Quais são os antirretrovirais

Os medicamentos antirretrovirais surgiram na década de 1980, para impedir a multiplicação do vírus no organismo. Eles não matam o HIV , vírus causador da aids , mas ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico . Por isso, seu uso é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida de quem tem aids.

Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) o coquetel antiaids para todos que necessitam do tratamento. Segundo dados de dezembro de 2013, 353 mil pessoas recebem regularmente os remédios para tratar a doença, sendo que o Ministério da Saúde estima que cerca de 797 mil pessoas vivam com HIV/Aids no Brasil. Atualmente, existem 22 medicamentos divididos em seis tipos.

Os medicamentos Estavudina (D4T) e Indinavir (IDV) deixaram de ser distribuídos pela rede pública de saúde devido aos seus efeitos tóxicos.

O Ministério da Saúde iniciou em 2014 a oferta da dose tripla combinada, o chamado três em um, dos medicamentos Tenofovir (300mg), Lamivudina (300mg) e Efavirenz (600mg).

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1 - Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reversa

Essa classe de medicamentos atua sobre a enzima transcriptase reversa, tornando defeituosa a cadeia de DNA que o vírus HIV cria dentro das células de defesa do organismo. Essa ação impede que o vírus se reproduza.

Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reversa
Abacavir (ABC)
Didanosina (ddI)
Lamivudina (3TC)
Tenofovir (TDF)
Zidovudina (AZT)

 

2 - Inibidores Não Nucleosídeos da Transcriptase Reversa

Essa classe de medicamentos também atua sobre a enzima transcriptase reversa, bloqueando diretamente sua ação e a multiplicação do vírus.

Inibidores Não Nucleosídeos da Transcriptase Reversa
Efavirenz (EFZ)
Nevirapina (NVP)
Etravirina (ETR)

 

3 - Inibidores de Protease

Medicamentos que atuam na enzima protease, bloqueando sua ação e impedindo a produção de novas cópias de células infectadas com HIV.

Inibidores de Protease
Atazanavir (ATV)
Darunavir (DRV)
Fosamprenavir (FPV)
Lopinavir (LPV)
Nelfinavir (NFV)
Ritonavir (RTV)
Saquinavir (SQV)
Tipranavir (TPV)

 

4 - Inibidores de fusão

Medicamentos que impedem a entrada do vírus HIV nas células de defesa do organismo, impedindo a sua reprodução.

Inibidores de fusão
Enfuvirtida (T20)

 

5 - Inibidores da Integrase

Medicamentos que bloqueiam a atividade da enzima integrase, responsável pela inserção do DNA do HIV ao DNA humano (código genético da célula). Assim, inibe a replicação do vírus e sua capacidade de infectar novas células.

Inibidores da Integrase
Dolutegravir (DTG) - Distribuído na Rede Pública a partir de Março/17
Raltegravir (RAL)

 

6 - Inibidores de Entrada

Nova classe de medicamentos que impedem a entrada do vírus HIV nas células de defesa do organismo, impedindo a sua reprodução. No caso específico do Maraviroc, sua atuação se baseia no bloqueio dos receptores CCR5 (proteína localizada na superfície dos macrófagos - células do sistema imunológico) impedindo a entrada do HIV e a infecção destas células.

Inibidores de Entrada
Maraviroc (MRV)

 

Apresentações em combinação

Combinações de medicamentos
Lamivudina + Zidovudina (3TC + AZT) combinados
Lamivudina + Tenofovir + Efavirenz (3TC + TDF + EFZ) combinados

 

Para combater o HIV é necessário utilizar pelo menos três antirretrovirais combinados, sendo dois medicamentos de classes diferentes, que poderão ser combinados em um só comprimido. O tratamento é complexo, necessita de acompanhamento médico para avaliar as adaptações do organismo ao tratamento, seus efeitos colaterais e as possíveis dificuldades em seguir corretamente as recomendações médicas, ou seja aderir ao tratamento . Por isso, é fundamental manter o diálogo com os profissionais de saúde, compreender todo o esquema de tratamento e nunca ficar com dúvidas.

Apesar dos benefícios já comprovados dos medicamentos antirretrovirais, o tratamento não é indicado a todas as pessoas que vivem com HIV. Os remédios aumentam o tempo e a qualidade de vida de quem segue o tratamento corretamente. Mas podem causar alguns efeitos colaterais que, em alguns casos, não compensam os ganhos com a terapia.

Depois da indicação do médico e com a receita em mãos, o soropositivo deve retirar os remédios em uma Unidade Dispensadora de Medicamentos (UDM). Geralmente, essa distribuição é feita nos próprios Serviços de Assistência Especializada (SAE), onde ocorrem as consultas. A equipe de atendimento sabe informar a localização da UDM mais próxima.

O paciente não pode pegar os medicamentos, sem ser orientado sobre:
Nome genérico, forma farmacêutica (comprimido, cápsula, solução injetável, solução oral, suspensão), características físicas que diferenciam os remédios (cor, formato, tamanho);
Função de cada substância;
Forma de transporte e conservação;
Uso adequado;
Quantidade de medicamentos e quanto tempo irão durar;
Possíveis efeitos colaterais;
Outros cuidados necessários.

 

Em caso de alguma dúvida, deve-se perguntar novamente. O paciente não deve ter dúvida alguma sobre os medicamentos.

Forma de transporte e conservação

Temperatura, umidade e luminosidade interferem na qualidade, e estabilidade dos medicamentos. Frascos não devem ser substituídos por outros diferentes dos originais para evitar contaminações e preservar a eficácia da substância. Não é recomendado retirar os rótulos dos frascos. Assim, evita-se confusão e troca no consumo.

Modo de utilização

Cada medicamento possui uma forma diferente de preparo e consumo. Para o sucesso do tratamento, é fundamental seguir corretamente as recomendações médicas, respeitando-se os horários. O consumo de álcool, drogas e outros medicamentos podem prejudicar o tratamento e até fazer o paciente passar mal. Por isso, esclareça todas as suas dúvidas com o médico e o farmacêutico.

Quantidade de medicamentos

Interromper, abandonar ou não tomar corretamente os medicamentos prejudica o tratamento. Atitudes como essa podem causar resistência do vírus ao princípio ativo do remédio. Com isso, as opções de combinações de medicamentos diminuem, interferindo na sobrevida do soropositivo. Em caso de esquecimento ou perda de doses, o paciente deve entrar em contato com o médico ou o farmacêutico responsável o quanto antes.

Efeitos colaterais

Os antirretrovirais podem causar efeitos colaterais indesejáveis. O médico e o farmacêutico devem ser informados da existência desses efeitos e o soropositivo precisa de uma orientação sobre o que fazer.

Outros cuidados:
Sempre lavar as mãos antes de manipular e tomar medicamentos;
Observar toda mudança no corpo e qualquer efeito relacionados ao uso do medicamento, relatando-os ao médico e farmacêutico;
Não indicar o uso nem dar sobras de medicamentos a outras pessoas. É preciso devolver o medicamento que não for mais necessário;
Em caso de vômito, entrar em contato com o médico e farmacêutico;
Não tomar qualquer medicamento sem prescrição médica.

 

 

Fonte: Ministério da Saúde | Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais