Estudos comprovam a teoria de que HIV indetectável se torna intransmissível

Se uma pessoa vivendo com HIV/Aids está em tratamento antirretroviral, o vírus torna-se indetectável. A partir disso, estudos recentes mostram que a doença, ao ser indetectável, também se torna intransmissível. Para ilustrar, a Zelas Saúde nos ajudou a criar um conteúdo com dados de três pesquisas que comprovam que uma pessoa soropositiva pode ter relações sexuais e não transmitir o HIV para o seu parceiro(a). Confira!

Risco de transmissão do HIV a partir de uma pessoa vivendo com HIV que tenha carga viral indetectável

"Pessoas vivendo com HIV em tratamento antirretroviral com carga viral indetectável em seu sangue têm um risco negligenciável* de transmissão sexual do HIV. Dependendo das drogas empregadas, pode levar até seis meses para que a carga viral fique indetectável. Supressão viral do HIV contínua e confiável requer a seleção de medicamentos apropriados e excelente adesão ao tratamento. A supressão viral do HIV deve ser monitorada para assegurar tanto os benefícios de saúde pessoal quanto de saúde pública."
*negligenciável = tão pequeno ou sem importância que não vale a pena considerar; insignificante.

Agora há confirmação baseada em evidências de que o risco de transmissão do HIV a partir de uma pessoa vivendo com HIV ou AIDS (PVHA), que esteja em Terapia Antirretroviral (TARV) e conseguiu uma carga viral indetectável no sangue por pelo menos 6 meses é negligenciável ou inexistente. O HIV nem sempre é transmitido mesmo com carga viral detectável, mas quando o parceiro com HIV tem carga viral é indetectável, isto não só protege a saúde do soropositivo como também impede novas infecções. [i]

   Abrir o Folder I=I               Abrir o Poster I=I

Entretanto, a maioria das PVHA, agentes de saúde e aqueles em risco potencial de infecção pelo HIV não estão cientes da magnitude da prevenção do HIV que ocorre com um tratamento que funciona. [ii] A maior parte das informações sobre o risco de transmissão do HIV é baseada em pesquisas antigas e influenciadas por restrições de agências ou de fundos e também por políticas que perpetuam negatividade sexual, estigma e discriminação em relação ao HIV.

A declaração de consenso abaixo, abordando o risco de transmissão do HIV por PVHA que tenham uma carga viral indetectável, é endossada por importantes investigadores de cada um dos estudos mais proeminentes que examinaram esta questão. É importante que pessoas vivendo com HIV, seus parceiros íntimos e agentes de saúde tenham informações precisas sobre os riscos de transmissão do HIV a partir dos que obtiveram sucesso na TARV.

Ao mesmo tempo, é importante reconhecer que muitas PVHA podem não chegar a alcançar o status de indetectável por conta de fatores que limitem acesso a tratamento (ex.: sistema de saúde inadequado, pobreza, racismo, negação, estigma, discriminação, e criminalização), uso prévio da TARV que tenha resultado em resistência a antirretrovirais ou toxicidade aos medicamentos. Alguns podem escolher não se tratar ou podem ainda não estar preparados para iniciar o tratamento.

O entendimento de que a terapia antirretroviral eficaz previne a transmissão pode ajudar a reduzir estigma ligado ao HIV e encorajar PVHA a iniciar e aderir a um tratamento com antirretrovirais que funcionem.

A declaração a seguir foi endossada por:

  • Dr. Michael Brady – Diretor Médico do Terrence Higgins Trust e Infectologista Conselheiro, Londres, Reino Unido
  • Dr. Myron Cohen – Investigador Chefe, HPTN 052; Divisão de Doenças Infectocontagiosas, Escola de Medicina UNC, Carolina do Norte, EUA
  • Dr. Demetre C. Daskalakis, MPH – Encarregado Assistente, Escritório de Prevenção e Controle de HIV/AIDS, Departamento de Saúde e Higiene Mental da cidade de Nova Iorque, Nova Iorque, EUA
  • Dr. Andrew Grulich – Investigador Chefe, Opposites Attract; Chefe do Programa de Prevenção e Epidemiologia do HIV, Instituto Kirby, Universidade de Nova Gales do Sul, Austrália
  • Dr. Jens Lundgren – Co-investigador Principal, PARTNER; Professor, Departamento de Doenças Infecciosas, Rigshospitalet, Universidade de Copenhague, Dinamarca
  • Dr. Mona Loutfy, MPH – Autora principal da Declaração Canadense sobre o HIV e sua transmissão no contexto do direito criminal; Professora Associada, Divisão de Doenças Infecciosas, Hospital do Women’s College, Universidade de Toronto, Toronto, ON, Canadá
  • Dr. Julio Montaner – Diretor do Centro para Excelência em HIV/AIDS da Columbia Britânica; Diretor do IDC Diretor do Programa de Médicos do HIV/AIDS PHC, Vancouver BC, Canadá
  • Dr. Pietro Vernazza – Comitê Executivo, PARTNER; Autor, Swiss Statement 2008, Atualização 2016; Chefe da Divisão de Doenças Infecciosas, Hospital Cantonal de St. Gallen, Suíça

 

A declaração a seguir também foi endossada por mais de 250 organizações de 25 países incluindo o GIV - Grupo de Incentivo à Vida.

Pessoas vivendo com HIV em tratamento antirretroviral com carga viral indetectável em seu sangue têm um risco negligenciável de transmissão sexual do HIV. Dependendo das drogas empregadas, pode levar até seis meses para que a carga viral fique indetectável. Supressão viral do HIV contínua e confiável requer a seleção de medicamentos apropriados e excelente adesão ao tratamento. A supressão viral do HIV deve ser monitorada para assegurar tanto os benefícios de saúde pessoal quanto de saúde pública.

NOTA: Uma carga viral de HIV indetectável somente impede a transmissão do HIV para parceiros sexuais. Preservativos também ajudam a prevenir a infecção pelo HIV assim como outras infecções sexualmente transmissíveis e gravidez. A escolha do método de prevenção para o HIV pode ser diferente dependendo das práticas sexuais de uma pessoa, das circunstâncias e de seus relacionamentos. Por exemplo, se alguém está tendo relações sexuais com múltiplos parceiros ou está em uma relação não-monogâmica, pode considerar a utilização de preservativos para prevenir-se de outras ISTs.

"NEGLIGENCIÁVEL" = tão pequeno ou sem importância que não vale a pena considerar; insignificante.

Citações adicionais de especialistas, fontes, e explicações [iii]

  1. 1. “Este é um desenvolvimento monumental na resposta ao HIV e pessoas demais não estão tendo acesso a esta mensagem e recebendo seu benefício integral. Uma pessoa vivendo com HIV que tenha carga viral suprimida de forma sustentada não apresenta risco de transmissão do HIV. Este desenvolvimento coloca cada um de nós vivendo com HIV na linha de frente para o fim de novas infecções, e dá a todos uma linguagem forte, clara e direta para parar o estigma e fazer com que todas as comunidades se movam a passos mais largos em direção ao fim da epidemia. ” – Jesse Milan, Jr., Presidente e CEO, declaração da AIDS United (Março, 2017)
  2. 2. “Pesquisas demonstrando que pessoas vivendo com HIV que tenham supressão viral não podem transmitir HIV para outras pessoas é uma das mais importantes conquistas em prevenção do HIV na última década. É agora mais importante do que nunca que consigamos garantir acesso universal à terapia antirretroviral e educar nossa comunidade sobre os benefícios de saúde pública do tratamento eficaz para o HIV. “ – Craig E. Thompson, CEO, declaração da APLA Health (Março, 2017)
  3. 3. “A Desmond Tutu HIV Foundation fortemente valida a mensagem principal do Prevention Access Campaign: HIV Indetectável é HIV Intransmissível (I=I, ou em inglês U=U). Uma pessoa HIV-positivo que mantém uma carga viral indetectável com ajuda de um tratamento regular e eficaz não pode transmitir HIV sexualmente. Este conhecimento tem o potencial para alterar percepções negativas em torno da doença, e ainda assim a mensagem não chegou a todos.” – Declaração de Desmond Tutu HIV Foundation (Março, 2017)
  4. 4. “A NAM aidsmap, uma das principais fontes de informação acerca do HIV no mundo, fortemente endossa a Declaração de Consenso ‘Undetectable Equals Untransmittable’ (U=U) lançada pelo Prevention Access Campaign. A evidência científica é clara. Uma pessoa que possui níveis indetectáveis de HIV no sangue d não apresenta risco de infecção para seus parceiros sexuais. Este entendimento transforma a maneira como o HIV é considerado com implicações enormes para o que significa agora viver com HIV e as melhores maneiras de prevenir-se.” – Declaração da NAM aidsmap (Fevereiro, 2017)
  5. 5. “A NASTAD se junta a especialistas e líderes na área da saúde ao afirmar que agora há evidência científica conclusiva de que uma pessoa vivendo com HIV que esteja utilizando a terapia antirretroviral (TARV) e tenha supressão viral duradoura (definida como uma carga viral constante de <200 cópias/ml) não transmite o HIV sexualmente.” – Declaração da NASTAD (Fevereiro, 2017)
  6. 6. “Todos nós aqui na CATIE, e também ao redor do mundo, estamos comemorando o maior avanço no mundo do HIV desde o advento da terapia antirretroviral combinada 20 anos atrás – pessoas vivendo com HIV com carga viral indetectável sustentada podem declarar com confiança a seus parceiros sexuais “Não sou infeccioso!” Isto muda tudo completamente e aqueles que vivem com HIV podem compartilhar esta informação com orgulho. Ao mesmo tempo, agentes de saúde que lidam com HIV devem alcançar o passo e compartilhar com suas comunidades o quanto puderem.” – Laurie Edmiston, Diretora Executiva, Declaração da CATIE – Canadian AIDS Treatment Information Exchange (Janeiro, 2017)
  7. 7. “ A evidência científica é clara e inequívoca: tratamento eficaz reduz a transmissão do HIV a zero. A Declaração de Consenso destaca um consenso científico nunca visto antes de que diagnóstico precoce e tratamento com terapia antirretroviral não somente restaura pessoas vivendo com HIV para uma expectativa de vida normal mas também tem impactos na saúde pública que vão longe.” – Declaração conjunta da ICASO (International Council of AIDS Service Organizations) e da INA (Māori, Indigenous & South Pacific) HIV/AIDS Foundation (Janeiro, 2017)
  8. 8. “…estudos têm provado que quando um indivíduo vivendo com HIV está usando a terapia antirretroviral e o víruas está suprimido de forma duradoura, o risco de ele ou ela transmitir o vírus por via sexual é negligenciável” – Anthony S. Fauci, M.D., Diretor, Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas; Carl W. Dieffenbach, Ph.D., Diretor, Divisão de AIDS, NIAID. NIH Statement on World AIDS Day 2016 (Dezembro, 2016)
  9. 9. “Se você tem supressão viral duradoura você não vai transmitir para seu parceiro… Vou repetir, para alguém que está em uma relação sorodiscordante, se a pessoa [com HIV] apresenta supressão viral, de forma “duradoura” —não tem o vírus em seu sistema, e tem sido assim por vários meses — sua chance de contrair HIV desta pessoa é ZERO. Sejamos claros: ZERO. Se no dia seguinte esta pessoa para de tomar sua medicação e em duas semanas o vírus retorna, o risco aumenta. É por isso que mencionamos supressão viral “duradoura”…Sua supressão viral está diretamente relacionada ao quão certo você toma os medicamentos” – Carl W. Dieffenbach, Ph.D., Diretor, Departamento de AIDS, NIAID, NIH. Entrevista para a NIH (Novembro, 2016)
  10. 10. “Quando um soropositivo inicia o tratamento, leva alguns meses até a replicação viral ser completamente suprimida. Durante este curto período de tempo, o casal deveria usar preservativo. Como alternativa, o parceiro soronegativo poderia utilizar medicamentos antirretrovirais como a profilaxia pré-exposição [PrEP].” – Dr. Myron Cohen Chief, Divisão de Doenças Infecciosas, Escola de Medicina UNC, Carolina do Norte, EUA; Investigador Principal, HPTN 052. POZ magazine (Setembro, 2016)
  11. 11. Suprimir a carga viral de alguém vivendo com HIV a níveis indetectáveis “não somente salva vidas mas as mpede de infectar outras pessoas. Então quanto maior for a porcentagem de pessoas em tratamento, com cuidados médicos e que tragam sua carga viral para indetectável, mais perto chegamos de literalmente por um fim à epidemia.” – Anthony S. Fauci, M.D., Diretor, NIAID, NIH. Entrevista em Vídeo da NIH (Agosto, 2016)
  12. 12. “..Uma vez iniciado o tratamento, e mantido continuamente, com completa supressão viral você não somente se protege do seu próprio HIV….. mas você também não é mais capaz de transmitir HIV para parceiros sexuais. Com tratamento antirretroviral eficaz, este indivíduo não é mais infeccioso.” – Carl W. Dieffenbach, Ph.D., Diretor, Departamento de AIDS, NIAID, NIH. Vídeo da NIH em entrevista (Agosto, 2016)
  13. 13. “Podemos dizer agora com confiança que se você toma sua medicação como prescrito, e tem carga viral indetectável pelo período de seis meses, você não pode mais transmitir HIV com ou sem camisinha.” – Dr. Michael Brady, Diretor Médico, Terrence Higgins Trust, Londres, Inglaterra (Julho, 2016)
  14. 14. “A força da evidência tanto na experiência do mundo real quanto em ensaios clínicos confirma que indivíduos com carga viral suprimida tem risco negligenciável de transmitir HIV. O tratamento como prevenção, profilaxia pré-exposição, e meios de prevenção tradicionais, como camisinhas, compõem uma caixa de ferramentas para a prevenção do HIV baseada em redução de riscos que permite que indivíduos tomem decisões personalizadas e conscientes tanto para manter sua saúde quanto para impedir a transmissão do HIV e de ISTs” – Dr. Demetre C Daskalakis, MPH – Comissário Assistente, Escritório de Prevenção e Controle de HIV/AIDS Departamento de Saúde e Higiene Mental de Nova Iorque (Julho, 2016)
  15. 15. “Isto funciona por um longo período de tempo para pessoas que estejam ansiosas para ficar indetectáveis? A resposta é absolutamente sim, temos agora mais de 10.000 anos-pessoa (de acompanhamento) com zero transmissões a partir de pessoas indetectáveis” – Dr. Myron Cohen. Medpage; NEJM. (Julho, 2016)
  16. 16. “Entre casais sorodiferentes heterossexuais e de HSH (homens que fazem sexo com homens) onde o soropositivo faz uso da TARV com supressão viral e que relataram sexo sem camisinha…não houve nenhum caso de transmissão do HIV dentro dos casais entre os 58.000 atos de sexo.” – Reportando o estudo PARTNER Dr. Alison Rodger, et al. JAMA. (Julio, 2016)
  17. 17. “Estes resultados são simples de entender – zero transmissões das mais de 58.000 vezes que pessoas transaram sem camisinha…[estudo PARTNER] nos dá a estimativa mais forte do real risco da transmissão do HIV quando o parceiro soropositivo tem carga viral indetectável – e este risco é efetivamente zero.” – Simon Collins, Comitê Diretivo, PARTNER, i-BASE (Julho, 2016)
  18. 18. “A declaração [Suíça] [foi a primeira declaração de posição que] abordou a infecciosidade de uma pessoa HIV-positivo uma vez que o vírus estivesse estavelmente suprimido por pelo menos 6 meses com a TARV. [A Comissão Federal Suíça para assuntos relacionados à AIDS] sentiu, baseada em uma avaliação de especialistas acerca do risco de transmissão do HIV quando em terapia, que o risco de transmissão do HIV nesta situação era negligenciável.” – Dr. Pietro Vernazza, chefe do Departamento de Doenças Infecciosas, Hospital Cantonal em St. Gallen, Suíça; Comitê Executivo, PARTNER Swiss Medical Weekly (Jan., 2016, confirmando a declaração suíça original de 2008)
  19. 19. “O estudo HPTN 052 viu somente casos de transmissão durante a terapia antirretroviral que ocorreram brevemente (dias) após o início da terapia. Se somente transmissões depois de 6 meses na TARV forem consideradas (como estipulado na declaração suíça) a eficácia teria sido 100% com um risco de transmissão de zero” – Dr. Pietro Vernazza, Swiss Medical Weekly (Jan., 2016)
  20. 20. “Alcançar a supressão viral protege o sistema imune do corpo, ajuda as pessoas com HIV a permanecerem saudáveis e impede a transmissão do HIV para outras pessoas.” – UNAIDS – Joint United Nations Programme on HIV/AIDS (2016)
  21. 21. “Nós temos…rigorosa confirmação de que o tratamento impede a disseminação do HIV e melhora a saúde das pessoas infectadas.” – Dr. Thomas R. Frieden, Diretor do Centro para Controle de Doenças, EUA New England Journal of Medicine com fontes como estudos HPTN 052 e PARTNER (Dez., 2015)
  22. 22. “A EATG clama para que informação pública de muito melhor qualidade seja disponibilizada na Europa e globalmente sobre os benefícios preventivos da terapia antirretroviral (TARV), e em especial (sobre0 o fato e que pessoas HIV-positivo com carga viral indetectável não são infecciosas. A ignorância disseminada sobre este fato ajuda a perpetuar o estigma contra e a criminalização das pessoas vivendo com HIV e deveria ser sujeito de uma campanha de conscientização pública custeada, possivelmente em conjunto com uma campanha de conscientização sobre a PrEP.” – European AIDS Treatment Group (EATG) (Outubro, 2015)
  23. 23. “Se as pessoas tomam seus comprimidos sem falta e estejam tomando por um período de tempo, a probabilidade de transmissão neste estudo é, na verdade, zero.” – Dr. Myron Cohen, Chefe, Departamento de Doenças Infecciosas, Escola de Medicina UNC, Carolina do Norte, EUA; Investigador Principal, HPTN 052 Interview with plus (Agosto, 2015)
  24. 24. “[Pessoas com HIV] não transmitirão a infecção, se o vírus estiver indetectável, a seus parceiros…” – Professor David Cooper – Diretor do Kirby Institute para Infecção e Imunidade na Sociedade. Universidade de NSW, Austrália; entrevista para ABC AU (Maio, 2015)
  25. 25. “Quando perguntado sobre o que o estudo nos diz sobre as chances de alguém com carga viral indetectável transmitir o HIV, o apresentador Alison Rodger disse: “Nossa melhor estimativa é que seja zero.” – Reportando sobre os resultados preliminares do estudo PARTNER. Dr. Alison Rodger, University College London, Reino Unido; Autor Principal do estudo PARTNER, NAM -AIDSMap (Março, 2014)
  26. 26. Pessoas vivendo com HIV “estão vivendo vidas que são normais em qualidade e duração. Com tratamento eficaz, não são infecciosos.” Profissionais da saúde em tratamento eficaz para o HIV são “totalmente seguras.” – Professor Dame Sally Davies, Dirigente Médica Principal, Inglaterra. The Telegraph (Agosto, 2013)
  27. 27. “Muitas pessoas querem saber seu status, pois não querem mais ser contagiosas, por confiança em viver suas vidas normalmente.Ouvi dezenas de histórias de pessoas que entraram e disseram, ‘Quero fazer o teste, porque se eu estiver infectado não quero mais ser transmissível.’ Inspirador.” – Dr. Myron Cohen, Chefe, Departamento de Doenças Infecciosas, UNC School of Medicine, Carolina do Norte, EUA; Principal Investigator, HPTN 052; MEDPAGE Today (Jan., 2013)
  28. 28. “Na verdade, se você der a oportunidade para que o tratamento faça seu trabalho, você terá zero transmissões.” – Dr. Julio Montaner, Diretor do Centro para Excelência em HIV/AIDS da Columbia Britânica; Diretor do IDC e Diretor do rograma de Médicos do HIV/AIDS PHC: TED Talk se referindo ao HPTN 052 (Nov., 2011)

[i] A maior parte da mensagem de prevenção atual refere-se a isto por Treatment as Prevention ou TasP, Tratamento como Prevenção em português. Até a escrita desta cartilha, não houve nenhum caso confirmado de transmissão do HIV a partir de pessoas com carga viral indetectável e nenhum dos estudos. O ponto de corte oficial para carga viral indetectável como definido pela OMS varia de <50 cópias/ml em países com alta renda até <1000 cópias/ml em países com baixa ou média renda. Para os propósitos desta declaração, uma carga viral indetectável é definida por estar abaixo de <200 cópias/ml, que também é a medida para supressão viral.

[ii] Somente uma pequena proporção de pessoas vivendo com HIV em um grande estudo americano sobre tratamento viam-se como não-infecciosas depois de até 3 anos em terapia antirretroviral (TARV), e um terço dos participantes via sua chance de transmitir HIV ainda como “alta”, embora apenas 10% dos participantes tivessem realmente uma carga viral detectável.” NAM aidsmap (2016)

[iii] Agradecimentos: Além do PAC’s Founding Task Force e Bruce Richman (Diretor Executivo do PAC), Professor Carrie Foote (Universidade de Indiana – Indianápolis) e Edwin Bernard (HIV Justice Network) revisaram e fizeram contribuições valiosas à cartilha.

Para assinar como Apoiador Comunitário e validar a Declaração de Consenso por favor visite “Apoiadores Comunitários.”

Obrigado aos pesquisadores pioneiros e médicos que endossaram a Declaração de Consenso sobre o risco negligenciável: Dr. Myron Cohen, Dr. Demetre C. Daskalakis, Dr. Andrew Grulich, Dr. Jens Lundgren, Dr. Julio Montaner e Dr. Pietro Vernazza. Obrigado a Murray Penner (NASTAD); PAC’s Founding Task Force; Professor Carrie Foote (Indiana University-Indianapolis); Charles King (Housing Works); Jesse Milan (AIDS United), Edwin Bernard (HIV Justice Network); Matt Rose (National Minority AIDS Council-NMAC); Peter Staley; Gus Cairns (NAM aidsmap); e Mark S. King (MyFabulousDisease.com). Agradecimentos a Tom Viola e Broadway Cares / Equity Fights AIDS por seus generosos recursos.

Um agradecimento especial ao Professor Pietro Vernazza por sua pesquisa pioneira e ousado ativismo para melhorar consideravelmente as vidas de pessoas vivendo com HIV. Seu trabalho está sendo finalmente justificado hoje.

Histórico

Em janeiro de 2008, especialistas suíços em HIV produziram o primeiro consenso para afirmar que os indivíduos com HIV em terapia antiretroviral eficaz e sem infecções de transmissão sexual (ITSs) desde há pelo menos seis meses, são não sexualmente infecciosos. A declaração está publicada no número de janeiro de 2008 do Bulletin des médecins suisses (Boletim dos médicos suíços). O artigo também discute as implicações para médicos, para pessoas com HIV, para a prevenção do HIV e para o sistema legal. Oferecemos o original e uma tradução.

A declaração, em nome da Comissão Federal Suíça para HIV/AIDS é da autoria de quatro dos especialistas em HIV de maior renome na Suíça: Prof Pietro Vernazza, do Hospital Cantonal em St. Gallen, e Presidente da Comissão Federal Suíça para HIV/AIDS; Prof Bernard Hirschel do Hospital da Universidade de Genebra; Dr Enos Bernasconi do Hospital Regional de Lugano e o Dr Markus Flepp, presidente do Subcomitê de aspectos clínicos e terapêuticos do HIV/AIDS do Escritório Federal Suíço de Saúde Pública.

Este artigo gerou muita discussão no ambiente científico e na comunidade informada.

Entre os questionamentos estão que a declaração é principalmente baseada em estudos sobre sêmen e transmissão heterossexual. Nesta lista de artigos porém, há artigos sobre transmissão entre HSH e sobre os fluidos vaginais.

Há resultados prévios que comprovam a relação proporcional entre a infecciosidade e a carga viral. Esta carga viral deve ser aquela do sangue, do sêmen, do líquido vaginal, etc? Qual é a correlação entre elas? Um dos artigos comprova num pequeno estudo maior correlação da transmissão com a carga viral em sangue do que em sêmen. Entendendo que o direito à informação é essencial para a construção de políticas públicas de saúde, o GIV (Grupo de Incentivo à Vida-SP) e a ABIA (Assoc. Brasileira Interdisciplinar de AIDS-RJ) oferecem estas traduções do AIDSMAP (www.aidsmap.org) para incentivar a discussão sobre este tema tão importante, em especial para as pessoas vivendo com HIV/AIDS.

Recentemente traduzimos um parecer seguido de recomendações sobre este assunto escrito pelo Conselho Nacional de AIDS da França. Oferecemos também o original em francês e uma versão oficial em inglês.

É necessária uma leitura cuidadosa que não leve a conclusões apressadas e sem fundamento sobre um tema tão importante como a prevenção do HIV.

Boa leitura!

Janeiro de 2011

Artigos sobre o tema

Perguntas e respostas
O Estudo HPTN 052: Prevenção da Transmissão Sexual do HIV com medicamentos anti-HIV
Parecer seguido de Recomendações sobre o Potencial do Tratamento como ferramenta inovadora na luta contra a epidemia de infecções pelo HIV
Opinion and recommendations regarding the potential for treatment as an innovative tool for fighting the HIV epidemic - English
Avis suivi de recommandations sur l'interet du traitement comme outil novateur de la lutte contre l'epidemie d'infections a VIH - Français
Medicamentos ARVS reduzem risco de transmissão
Jornal 'The Independent' comenta artigo em 'The Lancet' - 2010
Suíços defendem terapia antiviral precoce e contínua para deter a transmissão do HIV entre gays - Abril de 2010
As pessoas com HIV sem alguma outra DST e seguindo um tratamento antiretroviral eficaz, não transmitem o HIV por via sexual
Carga viral detectável no sêmen quando a carga viral é indetectável no sangue
O Balanço da evidência continua mostrando: a carga viral indetectável no sangue não significa risco zero de infecção
Conferência do Reino Unido discute a declaração Suíça sobre infecciosidade das pessoas em tratamento para o HIV
Especialistas suíços afirmam que os indivíduos com carga viral indetectável e sem DST não podem transmitir o HIV por via sexual
A declaração Suíça que afirma que “carga viral indetectável é igual a ausência de infecciosidade” provoca ainda mais controvérsia na Cidade do México
Relatório de caso clínico – Carga viral indetectável no sangue mas detectável no sêmen
Especialistas suíços afirmam que os indivíduos com carga viral indetectável e sem DST não podem transmitir o HIV por via sexual
A carga viral no sangue prediz a transmissão do HIV melhor do que a carga viral no sêmen num estudo pequeno entre HSH
Artigo original - Bulletin des Médecins Suisses